No primeiro dia do Urban 20 (U20), nesta quinta-feira (14/11), a importância do apoio de instituições financeiras para a transformação urbana foi um fio condutor de alguns painéis que aconteceram no Armazém Utopia, no Complexo Mauá. Estratégias para promover cidades mais resilientes às mudanças climáticas e a urgência de alinhar os sistemas financeiros globais com as necessidades específicas das cidades pautaram diversos debates.
Também estiveram na agenda do dia o uso de novas ferramentas financeiras, como os “green bonds” (títulos verdes) e o financiamento misto, que combina recursos públicos e privados, também foram debatidos nas mesas. Entre os palestrantes das muitas mesas, representantes do C40, BNDES, do European Bank for Reconstruction and Development (EBRD), dentre outras instituições.
Lucas Padilha, presidente do comitê do G20, participou de algumas rodadas de discussão e resumiu o espírito do dia:
- A criação de PPPs das mais diversas áreas aqui no Rio, como tivemos na área de iluminação e recentemente na região do Porto Maravilha, tem sempre como objetivo trazer o financiamento para desenvolvimento de políticas públicas e trazer bilhões de investimento. A gente sabe muito bem que uma cidade não consegue se financiar apenas com seus próprios recursos. Nem um projeto sozinho é um bom projeto -, disse Padilha.
No painel “Unlocking Financial Flows”, no palco principal do Urban 20 (U20), especialistas discutiram como os recursos financeiros podem ajudar as cidades a enfrentar as mudanças de clima. O encontro destacou os desafios enfrentados pelas áreas urbanas: apesar de estarem na linha de frente dos problemas climáticos, as cidades têm dificuldade em conseguir o financiamento necessário para implementar projetos ambientais.
No palco Governance, o painel “Financiamento para a Transformação Urbana Sustentável” destacou a urgência de alinhar os sistemas financeiros globais com as necessidades específicas das cidades, que enfrentam desafios crescentes de sustentabilidade, mudanças de clima e desigualdade social.
Os especialistas apontaram que, apesar da crescente ênfase em finanças sustentáveis, os governos locais ainda enfrentam dificuldades para acessar recursos para projetos de adaptação climática e transição para economias mais verdes. A falta de capacidade fiscal, expertise técnica e barreiras regulatórias dificultam o acesso a esses fundos essenciais.
O Palco Clima recebeu o fórum "Desafios e Soluções no Financiamento da Resiliência Urbana", com destaque para as estratégias que ajudam a promover cidades mais resilientes às mudanças climáticas. À tarde, ainda no mesmo palco, o debate prosseguiu com o tema "Desbloqueando Finanças Resilientes - Cidades Resilientes". O painel abordou os desafios e as soluções para o financiamento da resiliência urbana diante dos impactos das mudanças de clima. Destacou também a escassez de recursos financeiros destinados às cidades para enfrentar esses desafios.
No painel "Financiamento da Integração Urbana: Desafios e caminhos possíveis", os participantes debateram sobre o Projeto Cidade Presente, da cooperação Brasil-Alemanha, entre o Ministério das Cidades e a Deutsche Gesellschaft fürInternationale Zusammenarbeit (GIZ), que atua no Brasil desde 1993 na área do desenvolvimento sustentável.
